domingo, 15 de novembro de 2009

HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE


Nossa Senhora de Guadalupe

Tudo começou num sábado, 9 de dezembro de 1531, na cidade do México que, nessa época, já era uma grande cidade, de origem asteca, com mais de duzentos mil habitantes. A cidade existia antes da chegada dos espanhóis. Coma chegada desses, um grande número de astecas tornou-se cristão. Muitos, porém, não abandonavam sua antiga religião que exigia milhares de sacrifícios humanos durante o ano. Era uma verdadeira carnificina retratada com fidelidade arqueológica pelo cineasta Mel Gibson, no filme “Apocalipto”.
Dentre os astecas convertidos ao cristianismo, um índio foi escolhido por Nossa Senhora para apresentar ao mundo um dos mistérios mais intrigantes de que se tem notícia. O índio se chamava Cuauhtlatohayc na língua asteca. Seu nome de batismo era Juan Diego.
No sábado, 9 de dezembro de 1531, às seis horas da manhã, Juan Diego caminhava de sua aldeia para a missão franciscana de Tratetolco, na cidade do México, onde iria participar da missa. Quando chegou aos pés do monte Tepeyac, às margens do lago Texcoco, uma jovem lhe apareceu, ordenou que ele fosse até o bispo, o franciscano dom Juan de Zumárraga, e lhe pedisse que construísse um templo ali, naquele lugar.
No mesmo dia, quando Juan Diego volta para sua aldeia, vê a jovem novamente e lhe conta que o bispo não acreditou em suas palavras. Por isso, Juan Diego pede que ela escolha outro mensageiro, pois ele era “apenas um índio, da casta mais inferior dos homens”, segundo suas próprias palavras. A jovem, porém, insiste que Juan volte a falar com o bispo e lhe peça a construção do templo. No dia seguinte, domingo, Juan Diego fala novamente com o bispo, mas este lhe pede um sinal. O índio transmite a mensagem à jovem. A Virgem pede ao índio que volte no dia seguinte para receber o sinal.
No dia seguinte, porém, Juan Diego não volta porque seu tio fica muito doente, à morte. Por isso, ele sai à procura de um sacerdote e evita o caminho de sempre temendo encontrar “a jovem”. Mesmo assim, ela aparece a ele, diz que seu tio ficará curado e o manda colher flores no alto do monte. Elas serão o sinal que o bispo pediu. Ora, era inverno, não era época de flores. Mesmo assim, Juan Diego vai, encontra as flores, colhe várias, coloca-as em seu poncho asteca chamado “tilma” e vai levá-las ao bispo.

Diante do bispo, Juan Diego abre o poncho e deixa cair as flores dizendo que este era o sinal enviado pela jovem. Quando as flores caem, aparece no poncho de Juan Diego a imagem que hoje nós conhecemos como de Nossa Senhora de Guadalupe. O assombro se apodera de todos. O tio de Juan Diego fica curado milagrosamente e dom Juan de Zumarraga leva o poncho para seu oratório. Poucos dias depois, o bispo faz uma procissão que leva a imagem até o local onde será construído o templo. Nessa procissão, acompanhada por milhares de astecas, um deles é ferido acidentalmente tendo sua veia jugular cortada e morre, após perder todo seu sangue. A festa parece terminar em tragédia. Os índios levam o morto até os pés da imagem e este volta a viver milagrosamente. A partir de então, os sacrifícios humanos da religião asteca, param de acontecer. A Rainha, vinda do céu, devolve a vida a um morto! Os astecas passam a ter outra visão sobre a vida humana e sobre Deus. Começa a construção do templo pedido pela Virgem, com grande auxílio dos astecas e do próprio dom Juan de Zumarraga que arregaça as mangas e trabalha com todos.
Nossa Senhora de Guadalupe – O poncho milagroso.
Existem transcrições dos diálogos travados entre Juan Diego e a Virgem, que são de uma beleza e de uma simplicidade sem igual. Porém, este não é o foco do presente artigo. Vamos, então, observar alguns dos mistérios que envolvem a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe conservada até hoje no poncho de Juan Diego, basílica da cidade do México.
O primeiro fato que chama a atenção é a conservação do poncho após quase quinhentos anos. Com efeito, esse poncho é feito de um material muito rústico extraído de um cacto abundante na região chamado maguey. Trata-se de uma fibra vegetal trançada manual e rusticamente. Era a principal vestimenta dos homens astecas até a primeira metade do século XVI. Se fosse colocada dentro de uma bolha que a isolasse de todas as influências ambientais externas, duraria no máximo, uns vinte anos. O poncho de Juan Diego, ao contrário, tem quase quinhentos anos e não apresenta nenhum sinal de deterioração.
Em 1979, ou seja, 448 anos depois do aparecimento da imagem, a Igreja autorizou que se fizessem estudos científicos sobre o poncho. Tais estudos, feitos por cientistas renomados, duraram mais de oito meses e constataram fatos inexplicáveis. O primeiro é que as fibras do poncho estão em seu estado perfeito de conservação, como se fossem novas. E não foram encontrados nenhum rastro de material conservante em toda a extensão do poncho. Esta conservação deixa os cientistas perplexos. Sabe-se, através de documentos históricos da Igreja, que o poncho ficou exposto sem nenhuma proteção durante 116 anos, de 1531 a 1647. Só depois disso foi colocado dentro de uma proteção de vidro.
Nesse tempo, ele sofreu a ação de um grande número de agentes físicos e ambientais que acelerariam sua deterioração, como fumaça de velas, sol, chuva, calor, frio, umidade, o toque das mãos do povo e, principalmente, salitre, pois a cidade do México ficava no meio do lago Texcoco, que era altamente salgado. Hoje, o lago é seco, mas na época, não. O lago exalava uma umidade salitrosa muito corrosiva. Materiais de prata e bronze se corroíam em menos de um século naquela região por causa do salitre do lago. A exposição do poncho a todos esses agentes durante 116 anos causaria sua deterioração em pouco tempo. Porém, os séculos passam e ele não apodrece. Trata-se de um grande mistério que a ciência ainda não conseguiu explicar.
Fato marcante aconteceu em 14 de novembro de 1921. Um anarquista chamado Luciano Pérez depositou um arranjo de flores sobre o altar diante da imagem. As flores, porém, escondiam uma carga de dinamite. Às 3 horas da madrugada uma violenta explosão sacudiu a basílica. Ficaram destruídos o altar de mármore, vasos, castiçais, os vidros da basílica e de prédios vizinhos e um grande crucifixo de bronze, que ficava em frente à imagem ficou quebrado e retorcido. O poncho com a imagem, porém, nada sofreu. O crucifixo de bronze é conservado até hoje na basílica, quebrado e retorcido, como prova de mais este fenômeno extraordinário que envolve a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
A imagem de Nossa Senhora que se vê no poncho de Juan Diego encerra ainda muitos outros mistérios, como, por exemplo: não se trata de uma “pintura”. A maneira como a imagem está no poncho, não é conhecida até o presente momento. A figura da Virgem não está colada, nem impressa, nem pintada no poncho. A 10 centímetros de distância, não se vê a imagem, só a trama rústica do tecido. Ampliações dos olhos de Nossa Senhora de Guadalupe feitas por equipamentos modernos, permitiram ver, em suas pupilas, a cena, o momento em que Juan Diego abre o poncho. Uma das figuras humanas que se vê na pupila dos olhos da imagem corresponde a uma pintura de dom Juan de Zumarraga feita na Espanha, por volta de 1528. Quem poderia imaginar uma coisa dessas em 1531?
A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe contém ainda vários simbolismos que os astecas compreendiam perfeitamente. Depois da aparição, constatou-se que os sacrifícios humanos cessaram em todo o México.
E mais! O manto azul de Nossa Senhora de Guadalupe, traz, no seu lado direito, a posição das estrelas no céu da América do Norte e, no lado esquerdo, o céu da América do Sul. Por isso, ela é chamada de “Padroeira das Américas”.

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Quando eu era pequena....

QUANDO EU ERA PEQUENA JESUS ME PERGUNTOU:FILHA O QUE VOCÊ QUER GANHAR HOJE? E EU RESPONDI:SENHOR ABENÇÕA ESTA PESSOA QUE ESTA LENDO ESTA CARTA ,POIS ELA É MINHA AMIGA.!!!